terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Lolita.

Ela tinha medo de gostar dele, de um jeito que não tinha como evitar, já que se envolvia fácil e leve nessas relações efêmeras e sem futuro, e essa mais que qualquer uma, não tinha.
Ele era mais velho, mais forte, mais experiente e com certeza mais a fim. Acho que gostava nela dessas ar de perversão travestida de inocência. Criança se fazendo mulher. Era essa atração, ela via alguém mais velho, mais vivido e que pra melhorar ainda a carregava numa moto que representava toda a revolta que ela não vive.
E passaram pela euforia do primeiro beijo, escondido, abafado, inesperado e a ânsia de um segundo, ansioso, aguardado.
E ela pensou nisso o o dia todo, toda hora, porque era sim, a parte frágil da história. E ele, pensou uma ou duas vezes nela, no jeito dela, e na indiferença que ela fingia. Porque ele era sim, mais promíscuo que ela, sendo a parte aproveitadora da história, se é que ali havia alguma.
Era mais como uma sensualidade dela, uma provocação reprimida. Um desejo insaciável.
Uma paixão que tem que ficar escondida ainda além dos 13 anos que os tornavam tão distantes.
Me lembravam um livro. Ele mais velho, ela tão jovem, ela um pouco mais esperta, e ele quase trôpego de submissão querendo transparecer controle.
Era revigorante o modo como ela o fazia sentir, me lembravam Rússia, Humbert, segredos, alucinações.

Lolita.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Penso, não, penso...


O tempo ficou mudo diante da confusão que era essa questão da verdade. Dizer a verdade, ouvir a verdade, viver verdades. E sorte que ainda resta um pouco de fé. E no entanto, por vezes é tão hipócrita renegar mentira em benefício próprio ou altruísta. Você não tem medo de perder sua fé um dia? De perder a força que te faz acreditar em uma realidade sem provas, não tem medo de se perder em caminhos tão íngremes, sem chegada, margem ou qualquer luz que o faça sentir seguro? Não? Pois eu tenho, tenho receio de perder o pouco que ainda me resta de esperança. A vontade que ainda tenho de liberdade.
E eu tenho medo, de não viver o que ainda resta, de sofre o que ainda falta, de morrer em paz.. ou sem ela. De acordar assustada no meio da noite, em meio aos lençóis e tatear, trôpega, todo o mundo atrás de um momento mais confortável. O meu desespero sincero em ainda manter vivo, mesmo que embriagado, um sopro de fé. E é trabalhoso manter a chama acesa, mesmo agora, quando não passa de uma centelha isolada, quase extinta. E as vezes, só as vezes, aperto o travesseiro e penso, não, penso, e por vezes rezo, sem desespero, só por conforto, e me escondo nas fendas e esferas de mim, e permaneço na espera do afago divino que não sinto e não vem, mas que há. Mas meu esforço acalenta, e eu sonho porque me dói seguir sozinha, sem fé alguma, só por mim. Não compensa, não progride, porque sem a paciência da espera e a inconstância da crença, em mim, seguir adiante, não funciona.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010


Eu sinto falta, falta do amor ao menos. De você me levar até em casa, de mãos dadas, coração aberto.
Eu sinto sua falta, não consegui sentir saudades, porque é como se você ainda estivesse aqui, no coração, e na mente.(ah! que vontade de olhar nos seus olhos de novo)
Ainda chove as vezes, e me machucam as memórias, dói tanto que nem dói mais, como se a dor fosse sua própria anestesia.
Mas ainda há esperança, não há? Se a gente mudar, tentar mais uma vez, deixar as lágrimas rolaram, as palavras fluírem e não evitar os abraços(e que sabe beijos).
reconciliação amor, deixar de lado o fim, rever nossas atitudes e mudar, pois sem mudança não há progresso.
Mas se o amor ainda for frágil, as diferenças tão exatas e tudo permanecer igual, não adiantou sofrer, não adiantou chorar. Já que vai ser assim, não compensa, só deixar pra lá, seguir com os sentimentos disformes e desamparados, mas seguir.
Não desistir, mas dar um tempo amor, até resolvermos crescer, só até aprendermos a amar, aí a gente pode tentar de novo, de verdade dessa vez, isso é, se ainda pudermos ser chamados de 'nós'.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

O "fim"...


Eu não queria sentir vergonha. E eu tenho tanto medo de tudo ter sido um erro. Eu acho que te amava, ou não, é difícil explicar, a gente poderia ter sido feliz, e o fim poderia ter sido menos constrangedor..
Eu vou sentir sua falta, e sei bem que sou
promíscua demais pra sua falta de confiança.. Doeu tanto, uma dor tão aguda no peito e olhos apáticos, então amor, eu não chorei. Eu nunca choro, não no fim, não no momento da perda. Eu sofro por dias, semanas ou meses, sem voz, com o coração maltratado, dividido e mesmo assim, desprezado. Incapaz de ser feliz.
As vezes eu penso se não me fizeram capaz de sentir demais.
Foi tão triste o nosso fim. Será que era paixão de verdade, ou nos levamos a diante por
conveniência e obrigação?
O fim foi triste, sadio, quase bonito, pra manter ainda nosso romance adormecido, sem liquidar, só
dopar e acordá-lo mais pra frente..foi assim?
Só o nosso silêncio faz mal, nos falta dizer algo que nos conforte, ou que nos confronte, mas temos que ter algo a dizer, e temos, não temos? pelo menos, deveríamos.
Eu sinto sua falta, anseio sua volta, lamento meus erros, eu não sei
mudar
Eu não te deixo, me chamam, eu espero, respiro, penso que é você, sua voz, seus olhos, seu jeito, chamam de novo, abro as janelas, ainda guardo seu espaço no coração, queria que fosse você, mas não,
não era...


p.s: encontrei nossa música, e sinto que ela definiu nosso fim. (Ainda é cedo- Legião Urbana)

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Me adapto...


Me adapto, sem deixar expor nem mesmo o mais simples sinal de queixa, me adapto às suas brincaderinhas sem graça, que só me fazem sentir mais taciturna, me adapto aos seus delírios de álcool e cigarro. Me engraço nas suas graças de não saber me fazer rir. Me perco nos nossos desvarios de casal quase inocente em meio às conversas sem nexo e lugares ocultos.
Me esqueço dos passos, das regras, das prevenções, somos só nós dois, você preso nesse nosso caos de achar que se ama e eu tentando te ajudar a assumir que sou sua.
Qual o nosso problema, será que nos adaptamos tão mal aos nossos defeitos? A sua promiscuidade somada a minha promiscuidade, a minha ingenuidade dividida pela sua,minha, nossa volúpia. São tantas contas que fizemos um com outro, por conta dos ajustes que não podemos evitar. Deixa de lado as mentiras, que contamos pra mim, pra você, as mentiras dela, as mentiras que contou pra ela.
Me deseja a felicidade meu bem, contigo ou só com a sua lembrança, sem que desviemos nossos caminhos por conta de tudo o que passamos juntos. Eu me importo, mais do que você se importa, mais do que você gosta mais de mim.
Me deseje a felicidade, longe do amor de tantos rapazes que mantenho em conserva. Se demonstre tão imerso em nós quanto eu em ti.
Mostre pra mim que a eternidade eh possível e que existe algo além da nossa vã consciência crítica.
Sonhe comigo tantas noites quanto eu sonho contigo, vive comigo, me entregue tuas mãos pra que eu ande mais tranquila, caminhe do meu lado, sem medo, sem vergonha, só por me querer por perto.
Se adapte às minhas músicas loucas, que tem seus gritos exacerbados ou suas melodias calmas demais, eu me adaptei ao seu gosto, seu jeito, adapte-se aos meus costumes.
Acelera mais um pouco meu coração, faz suar minhas mãos e tremer as pernas, faz de nós um amor um pouco mais diferente e mais comum.
Faz desse texto algo menos parecido com uma oração, e nos torna um pouco mais alegres, mais nós.
Você me disse que o coração nos diz o que é certo, e eu digo amor, que não há nada mais certo que nós.


"Adapte-me ao seu Ne me Quitte Pas"

sábado, 14 de agosto de 2010

Talvez seja necessário um tempo

Estavam meio perdidos, em meio à 'Eu te amo'(s) sem credibilidade, amassos no escuro, mãos vorazes, vontades inéditas.
Ela estava confusa, como sempre, afinal, era ela, não se podia esperar de alguém tão previsível algo que não fosse à confusão.
Devo dizer que ela sempre se esforçava pra agradá-lo. Talvez gostasse dele, dos seus olhares dispersos, e suas brincadeiras que quase a faziam chorar. Talvez ela gostasse do toque das mãos dele sobre as suas, do toque dos dedos sobre sua pele, e o que arranhava sua barriga.
Talvez gostasse mesmo do modo suave e rude com que ele beijava seus lábios, do modo bruto como ele a empurrava sobre a parede, a prendia entre seus braços, o jeito como ele mordia seu pescoço, a forma como a tinha em seus braços e o clima despretensioso como prendia seu coração.
E apesar de tudo, ela sentia, às vezes, ele tão distante, como se não quisesse demonstrar, se gostava dela, talvez por medo, de se expor ou de ter que mentir.
Talvez a exposição fosse um pouco mais acalentadora, mas a mentira também bastaria.
Iria mascarar ao menos a indiferença por trás dos olhares. De ambos.
Mas veja bem, ele queria momentos de euforia, em que os carinhos haveriam de ser mais ferozes, mas ela ainda queria tempo. Não que não o desejasse, o queria, e muito.
Mas pra se amar tanto assim, não tem que existir confiança? Pra se ter confiança, não tem que amar? E me desculpe dizer, não tinham nenhum dos dois, e se tinham não era de modo consciente, responsável. Não eram responsáveis. Não pra mim.
E quais seriam enfim a consequências de um ato tão impulsivo e precoce? Ela só queria ser feliz. E ele, bem, não sei bem o que quer, nem sei se ele quer algo, algo concreto, algo de verdade. Algo além de dias juntos e prazeres momentâneos. Até porque não eram um casal convicto, desses que se beijam publicamente, se olham a todo o momento e andam de mãos dadas, talvez porque ambos achassem que isso constrangesse o outro. Ou talvez porque achassem cedo demais, mas nunca se é cedo ou tarde para demonstrações públicas de carinho. É tudo uma questão de tempo, tempo tátil, tempo hábil, tempo útil, sabe como é?
Talvez eles não tivessem tempo, ou experiência, o fato é, não sabiam bem como agir, ela por querer mais devagar, ele por querer mais rápido. Destoavam até mesmo no ritmo, já que já eram diferentes em quase tudo, na idade, na série escolar, nos gostos, no jeito. Fora inesperado que se dessem tão bem, e que fossem tão queridos um pelo outro.
Talvez ele devesse esperar, ou ela devesse ceder, talvez devessem tentar, ou quem sabe deveriam desistir agora, quando os corações ainda estão intactos por essa relação tão obviamente relativa.
Talvez fossem maduros, pudessem dispensar o tempo, dispensar as brigas que viriam, dispensar os votos e lutos por momentos que seriam memoráveis ou não, ou quem sabe viver tudo. Holanda, Espanha, tinham planos tão longínquos pra uma paixão que surgira há algumas semanas e por amor que não nascera há nem um mês.
Talvez isso, talvez aquilo, talvez devessem só tentar, deixar acontecer.
Pra talvez confirmar que a verdade seja, que talvez sejam jovens demais para saber amar.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Escolhas..


Um amigo me disse pra te mandar escolher, mas se me diz amor, se eu te pedir que faça tal escolha, seria mesmo capaz de escolher a mim? Tem mesmo certeza que é de mim que você gosta, e que são minhas as mãos que você sonhou junto às suas? Não é ela? Ela que você ama e quer ao seu lado, ela que há 7 meses você trai, ela que a uma semana você troca, por mim?
Se eu te mandar escolher, as lágrimas não vão rolar pelo meu rosto ao ter certeza de que era só diversão, e você também, não vai ficar um pouco mais chateado por perder seu brinquedinho?
Será mesmo que as escolhas serão boas pra nós dois? Provavelmente. Mas eu prefiro evitar.
Eu queria, realmente queria, que você tivesse certeza do que quer. Será que se me escolher, vai ser certo? Tem certeza que deixar de ser dela, pra ser meu? Não seria melhor se fosse de todas, sem ter que mentir pra ninguém?!
Eu queria sua certeza, pra deixar de ser sua, ser minha, só eu, sabe como é? Sem a obrigação de te querer escondido, de te ter escondido, de ser sua, só quando ninguém vê, pra que você fosse meu, e sem essa de "ninguém pode saber".
Eu só queria te querer abertamente, pra saber se é recíproco, ou é só capricho seu.
Eu não quero te obrigar a escolher, não quero nem que você escolha, porque pode não me escolher, e podemos perder o que já temos, se é que temos alguma coisa.
Não tenho certeza se quero que você queira ser só meu. Não quero que você tenha certeza que quer deixar de ser dela, pra ser meu, deixar de ser 'vocês' pra ser 'nós'. Prefiro a sua incerteza, porque é só o que tenho também.

sábado, 31 de julho de 2010

Mr. Confusion


Era estranho pra Sophia. Tudo que lhe restava era um coração e uma pureza quase violada, e ele apareceu, ou melhor, se destacou, tão atraente e comprometido.
Tendo os olhos tão oblíquos e um sorriso que a deixava um pouco mais vulnerável. Ele a via, e tratava de um modo que talvez a convencesse de algo que sentisse, ou não. Ele lhe segurava as mãos, tocava seu rosto, abraçava-a com tanta urgência e aflição, que Sophia quis achar que era saudade. E talvez realmente fosse, mas acho que ele diria que não.
E era incapaz de deixar de pensar nas brigas que poderiam ter, no tempo em que permaneceriam abraçados, falando sobre ser um casal, ou quaisquer outros assuntos triviais. Imaginando como seriam felizes se não fosse o fato de existir outro alguém.
Mas acho que de um jeito estranhos, eram felizes, mas o medo de serem expostos e a culpa que vem depois, os torna um pouco taciturnos, quando não dispõem da companhia um do outro.
Mas eles se gostavam, claro que de modo desigual, porque ela era só dele, e ele nem era dela, mas era recíproco, creio eu.
Sem saber ao certo se é vaidade, vontade, desejo ou algo sincero. Mas causava alegria, euforia e incessante volúpia. Mas de modo incoerente ou não, ele a fazia feliz, e ela queria fazê-lo também.Porém, sabia muito bem que era a única que tentava. E o maior problema era esse, ela gostava dele, de um modo obviamente destrutivo.
E agora, ouvia músicas que nunca gostou, que falavam sobre um mundo que ela nunca quis fazer parte.
Não fazia questão de estar ali. Não queria vê-lo partir. Não queria ter que partir, não tinha escolha, ou opção, era só o que sabia sentir.

>> http://letras.terra.com.br/beeshop/942579/traducao.html

#Sophia não quer ser uma ostra sem pérolas.. =/

domingo, 18 de julho de 2010

Nosso Tempo.

E o tempo passa, e já faz tempo que te conheci. Tempo desde que comecei a te querer pra mim. E hoje faz ainda um pouco mais te tempo que fomos um do outro, não sei você, mas tudo o que eu tinha, era seu.
O meu olhar fitando os seus olhos, que sempre vi tão calmos e serenos, mas que vezes ou outra me fizeram chorar.
O que me deixou tão distante, desconfiada e taciturna, foi a nossa promiscuidade, que me inundava de um sentimento inconsequente em prol de um capricho incoerente.
Fomos nós mesmos que nos fizemos feridas tão permanentes?
Foi equívoco seu, não cumprir as promessas, ou meu, por acreditar?
Foi maldade sua, querer meu amor em conserva?
Perdoar é mais fácil do que esquecer, e eu esqueci, e por uma noite acreditei, que o que você tinha, era meu também.
Faz tanta falta o que sentíamos, ou fingíamos sentir. Disso e de você.
E toda essa comodidade não passou de ausência. E eu queria conhecer seu afeto, sua saudade, seu carinho, para acordar, e me encontrar, Trazer de volta ao menos os momentos mais felizes. Porque tudo o que eu tinha, ainda está contigo.
Mas se não se incomodar, queria de volta, porque faz tempo que deixei de te querer.E vejo que o nosso tempo, agora, não é mais. Porque prefiro a segurança de não mais, de tempos em tempos, te querer de volta.

sábado, 3 de julho de 2010

Sobre ter..

Eles brigavam demais, mas se amavam. Tinha uma energia muito boa entre eles, passavam a imagem quase perfeita de um casal feliz.
Se viam a cada duas horas, e nem mesmo a monotonia de estarem sempre perto os deixava entediados de se fitarem a todo momento.
Desde o momento em que ele sem querer, esbarrou nela, e foi amor a primeira vista, ou a ao primeiro toque, e se amavam, a cada dia, as vezes ferozmente, ou delicadamente, se amavam, e seguiam assim, porque o que sentia ultrapassava as barreiras do que eles chamavam de perfeito, o amor não eh perfeição, a perfeição é criação dos homens, o que existe é o esforço, e eles se esforçavam para serem o melhor, um para o outro.
E foram tantas as vezes que ele a deixou, com a cabeça recostada no travesseiro, com sonhos tão delirantes, e se perdeu na janela.. em meio a fumaça do cigarro que ela odiava.. apesar de cultivar o mesmo vício, ela preferia o gosto de menta o gosto de algo que ela sabia que os ia matar.
Mas era um amor sincero, ele se prendia aos métodos de uma vida quase saudável, regada a sucos naturais e verduras, enquanto ela se perdia e preferia vodka e biscoitos recheados. E se houvesse um fim, eles queriam que restassem ao menos lembranças boas ao invés de somente saudades, e tudo o que ele disse à ela, na noite em que a deixou pra sempre, mesmo sem querer, foi que o amor que sentiam, ultrapassariam as barreiras daquilo que inocentemente chamavam de vida, e ela soube, que aquele abraço ao pé da cama, era o último, porque ele brigava não por ela, mas por ela, porque ela, não queria mais, e ele ainda esperava muito.
Ela queria mais liberdade, e ele esperava mais amor, e por fim, ela chorou, porque ele a compreendeu, e por amor, a deixou, com raiva e pesar, mas deixou, e o coração que se apertou foi o dela, por perder tanto amor assim, de uma vez..
Ela tinha a mente no lugar, e o coração nas mãos dele, tudo que tinha era um vazio no peito, e lágrimas nas maçãs do rosto. Ele não quis terminar, preferiu só partir. Porque ela havia jogado o amor dele no chão, no entanto ele, ainda mantinha intacta a lembrança do som da risada dela, e o coração que ela havia inconscientemente entregue à ele, nas mãos.

domingo, 13 de junho de 2010

Sobre as faces..

"I've been looking in the mirror for so long
That I've come to believe my soul's on the other side
All the little pieces falling shattered
Shards of me too sharp to put back together
Too small to matter, but big enough to cut me in to
So many little pieces." (Breath no more-Evanescence)

Há uma semana foi dia dos namorados, o mundo conspirando a tristeza que seria , o dia mais solitário do mundo, sem um um coração pra possuir, uma mão pra segurar, um corpo pra abraçar.. Só a mente vazia e um coração cansado. Sozinha, no quarto, lendo livros rebuscados e vendo filmes que incitam as lágrimas.. Sábado dos namorados na medida certa a contribuir pro tédio de um dia infeliz..
Dia frio, bolso vazio, pessoal animado, sai.
Roupa preta.. all star.. dinheiro na carteira e ideias na mente.. Partiu.
Andou, curtiu, dia junkie que há muito não vivia, e sabe, gostou, sensação de flutuar, a fumaça embaçando os olhos, fugindo dos olhares que fitavam, absurdados, críticos, mas não ligava, não importava.. era só uma sensação de euforia, seguida de preocupação mas que no fim, confortava..
Será mesmo fato, o crescimento? Voltando a andar com as pessoas de antigamente.. beber como antigamente.. e pegando em mais cigarros do que normalmente.. e não querendo mais amor.. nem ninguém.. só ser feliz.. com os amigos e vidinha de menina comum.. Querendo uma vida meio junkie e a responsabilidade mais certa.
Querendo secar mais que um litro de martini e um maço de black. Rock na veia, cigarro na mão e alcóol no copo.

Mas isso só quando puder.. quando a responsabilidade baixar e o mundo permitir.
E quando não for assim, será só a menina quieta, que acorda cedo de segunda à sábado, trabalha, estuda muito, e dorme.. É, seria bom explicitar alguma parte comum, as vezes..
Atrás da máscaras, sufocando, enxergando mal, sentindo mal, mas cômoda, aceita. Despreparada pra encarar o mundo, e o mundo ainda não sabe como aceitar, assim, com tudo o que deixa mais inaceitável o que é.
E olha em diante, e tudo o que sente é reflexo, tudo o que vê é o reflexo, quem é e quem se torna em momentos de lucidez, ou embriaguez.
A garota com liquido vermelho no copo e cigarro na mão. A ''mulher'' sensata e responsável.
Mas qual delas está mentindo?
A menina inconsequente ou a garota centrada?
Alguém mente, dissimula e desperta algo diferente..
Quem é mais atraente, a menina de olhos fundos ou a da mente sã?
Ambas são, mas dependem dos olhos de quem as vê.. Elas coexistem sobrevivem, mas alguma delas foi inventada, pra ser o inverso.. O contrário, feita pra agradar..
O sábado foi bom, a menina do cigarro é meiga, diferente, sincera, boa até.. Não mudando o modo de ser, mas o modo de agir.
Mas o sábado acabou, já é domingo, amanhã segunda..
E é preciso voltar a ser aceitável, porque de qualquer modo, em dias úteis, o que ela mais quer é ser aceita.

domingo, 23 de maio de 2010

Sobre amadurecer..


Eu cresci.. Eu sei que cresci. Não acredito mais em amor eterno, e na força da promiscuidade.
Sou mais seletiva agora, como um amigo me disse pra ser. Eu não sou mais tão indecisa. Porque eu era, bem mais do que hoje. Não sabia de quem gostava, do que gostava. E agora, eu não sei quem sou. Mas sei quem não sou.(sou tão clichê)
Eu aprendi a gostar de quem gosta de mim, mas aprendi na hora errada.. Porque depois de tudo que eu já fiz, nem eu gostaria mais de mim.
Mas meu bem, eu gosto, e muito de você, gosto mesmo, e agora eu sei..
Mas veja bem o que fiz, te traí, te troquei por outro. Maldita indecisão que me tornou mais sozinha do que eu já era.
Você me amava, e não soube te amar de volta.Até porque nunca sei. Nunca quis partir corações, mas o faço sem querer, inconsequencia sabe como é?
Burrice de infância travestida de maturidade, eu não era madura, e nem sou ainda. Mas eu me esforço sabe, e queria que você gostasse mais de mim.
Eu mudei, não saio mais com as mesmas pessoas, não bebo mais(tanto) quanto antes, nunca mais peguei num cigarro depois daquele dia.
Agora que eu pareço ainda mais criança, com latinhas de chá gelado e balas cor de rosa com muito, muito açúcar, cresci.
Amadureci eu acho, disseram que tinham medo que eu tivesse a mentalidade de uma menina de 15 anos, mas eu cresci, e sou tão feliz agora.
Agora eu estou mais serena, embora desaforada e sem toxinas.
Sou mais eu, mais corajosa, mais impulsiva, menos medrosa. E agora eu não tenho mais medo de te amar de volta.
Deu vontade de voltar e ficar mais tempo junto, deu vontade de recomeçar a nossa história e levar até o fim.
Deu vontade de voltar no tempo e não te deixar escapar. Porque o que sentia por mim era tão sincero que eu tive medo de não saber corresponder, e eu não sabia, e nem sei se sei agora.
Mas sei que estou caindo de amores por ti, como estive por tantos outros antes, outros esses que não corresponderam. Mas enfim, é triste.. mas eu queria te ter comigo, te ter pra mim, porque ainda te gosto, e muito, e queria que você também gostasse de mim, apesar de eu achar que não gosta. Até porque.. quem gostaria?
Agora pra terminar esse maldito lamento(como ando chata esses tempos), só queria dizer que eu cresci, e queria muito ser sua menininha. Porque sabe.. eu gosto de você, só de você, mais ninguém, e isso é um sentimento inédito na minha vida.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Sobre o filme..


Sábado vi 'O casamento do meu melhor amigo' e acreditem ou não.. pela primeira vez..(Lançado em 1997)eu chorei vendo comédia romântica.. Chorei nos momentos mais hilários, onde o (genial!) amigo gay George, manifestava sua opinião. Por que eu chorei? Nem eu sei direito.

Acho que foi porque eu me identifiquei.. me vi na mesma situação, explorando todos os ângulos.

Ela gostava dele, e ele não gostava mais dela.. E eu tive tanto medo, de que quando eu amasse mais ainda meu garoto ele não gostasse mais de mim e ainda me visse como uma amiga capaz de ajudá-lo.. E eu ajudaria, apesar dos meus defeitos, sou uma boa amiga.
Enfim, o filme é lindo, perfeito, a história da minha vida protagonizada por Julia Roberts é tudo que eu sempre quis.
Mas eu estou até agora impressionada com a quantidade de lágrimas que derramei assistindo.
Enfim, o que eu quero dizer é, já passei por algumas, pra não dizer muitas decepções na minha vida. E por incrível que pareça nunca desmanchei ou evitei a amizade com algum desses que me fizeram menos segura. Talvez por quere-los ainda por perto, sabe, não abrir mão desse amor tão rápido, superar tão rápido. Além da minha eterna atração por histórias trágicas.
Porque sempre que alguém se aproximava de mim, alguém disposto a ser meu amor.. A me amar como deveria ser, eu fugia, simplesmente fugia, como a moça do filme, mas nunca quis abrir mão, mantendo a amizade, apaixonada sem saber.
Sempre foi assim, e eu nunca quis mudar. Mas agora eu preciso.E quero.
Eu quero ser feliz sabe como é? Crescer.. esses dramas trágicos, não são pra mim, não quero mais magoar, nem ser magoada.. Só se for de surpresa.
Eu queria mesmo é que meu garoto ainda gostasse de mim, não quero o final do filme. Quero meu final. Mesmo odiando conto de fadas (Só 'A Bela e a Fera', como eu amo essa história) ainda quero um final feliz.
Pra mim, e pro garoto da carta. Se ele ainda quiser. É claro.

domingo, 9 de maio de 2010

Sobre sentir..

Ela estava confusa, coisa demais na cabeça., gente demais na cabeça.
Tinha aquele que ela gostou a muito tempo atrás, o que ele conheceu outro dia, aquele que gosta dela, aquele que diz que gosta dela, aquele que ela vê todos os dias, aquele que ela odeia mas que ainda tem um sentimento.
'Mas que merda Sophia'. A voz que nunca cessava.. dizia que estava errada..
'Por favor, pára, garotas que pensam em dois, sofrem por três' E ela sofria mais, bem mais, sofria por si, por eles, por quem assistia, sofria por todo mundo. Não sabia amar, mas sabia sofrer, e como sabia. Pensava, sonhava, sorria, chorava, momentos intensos, sentimentos extremos.
Pernas tremulas, mãos suadas, coração acelerado, mente descompassada, alma abandonada.. os sintomas perfeitos de um amor que ela não sabia sentir, mas que conseguiria um dia, afinal, chega um momento na vida em que ela tem de enfrentar tudo com o que não sabe lidar. Inocente e incapaz.
Sem idade pra brincar, cansada de fingir. A voz no ouvido esquerdo. Confusa, distorcida e distante.
Os batimentos cessam, a mente para, os pensamentos somem.
Correndo pelos caminhos tortuosos, onde queria voltar, voltar com ele, pra ele, por ele. Sendo 'ele' quem quer que fosse, ela queria voltar, mas era um desejo semelhante ao de não ter crescido.
Com ou sem ele, permanecia apática, amedrontada, sonolenta e pueril, como sempre, pueril.
'Na sua cabeça cabem vários, no seu coração só um. A pergunta é, você prefere sentir ou pensar?'
Já que não sabia sentir e era boa em pensar, vai levando assim enquanto o coração, e a mente, suportarem.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Sobre uma amiga..


Eles eram um casal fofo, eu achava, tomavam sorvete de chocolate e se amavam, eu sempre achei, ele mais do que ela sabia admitir e podia compreender, mas eram felizes.
Ela não suportou, não sei muito bem o que, mas ela não podia mais levar, simplesmente não podia, não que não quisesse, ela queria, ainda quer, ela o ama, sempre amou, ama ainda, é sincero, eu sei, mas naquele tempo, ela não podia mais. Talvez fosse jovem demais, compreensiva de menos, porém gostava dele, eu sei que gostava, e gosta. E eu adorava observar.. os ápices de alegre por ele ter ligado. Era lindo. E acabou.
Ela seguiu em frente, ele seguiu em frente, com o amor sufocado no peito, mas seguiram em frente, sentiram o gosto amargo de beijar outras bocas, que jamais lhe proporcionariam o mesmo prazer que sentiram quando eram só os dois, outros abraços, sem nada sentir.
Procurando em outros corações uma resposta pro amor que ainda tinham e que não podiam dar pra quem merecia.
Eles eram um do outro, mesmo quando outro alguém se interferia na equação perfeita do amor dos dois.
Porque tinha que ser amor, ainda resta alguma duvida de que o destino os queria juntos?
Até que um dia, um dia qualquer, ela não se lembra bem qual, ele veio, disse 'oi', começava tudo de novo, ela tinha medo, e ele receio, eu sentia, mas também tinham amor, e quando se ama meu bem, não há tempo pra sofrer..
Tomem sorvetes, assistam filmes, sejam rudes quando necessários, porque nem só de delicadezas vive o amor, um amor fino como o de vocês bate forte o coração, acelera a vida, engrandece os sonhos, por favor amigos, não jogue sentimentos e alianças pela janela, porque podem se perder pra sempre, num abismo de amores falhos, sem inícios reais e finais sem sentido.
Hoje ou ontem, não me lembro bem, atentei pro fato de que minhas historias tem finais infelizes.. as pessoas se prendem aos amores que fazem mal.
Mas vocês amigos, deixo o resto da história em branco, sem final, só reticências.
Porque sabe amiga,seu amor de tantas rugas, tem que ter o seu lugar...

sábado, 1 de maio de 2010

Seu coração tá apertado, perdido em meio a tanto espaço, tá sozinho, tá infeliz. Vai levando a vida ao esmo, e não sabe pra onde ir, seu coração tá solto, nos caminhos que ele não sabe seguir. Coração estúpido, coração cansado.
Peito arfante, pulso imperceptível. Coação parado, olhares afastados.
Sentados no bar vendo casais apaixonados, amigos enturmados, famílias felizes.. Estavam distantes. Em mesas sozinhas em cantos do bar. Pareciam brigados, e por vezes seus olhares se encontravam por 5 segundos, se muito. E uma brasa de amor se acendia e acelerava e aquecia aos corações, por 1,2,3,4,5 segundos e se esvaneciam em cinzas.. renascendo como fênix a cada olhar desencontrado. Aquilo era amor? paixão? não. era mais.. era destino.
Ele tinha que estar ali, ela tinha que estar ali, ela com sua taça de vinho e ele com seu copo de uísque.
Ela estava taciturna demais pra permanecer no vinho,recorreu vodka, conhaque. E ele a observava e se apaixonava, nunca tinha visto uma garota com coragem de se embebedar sozinha, e sem saber o que estava fazendo.
Ele a observava a dez metros de distância. Quando ela começou a brigar com o barman ele ficou preocupado, pediu dois martinis e foi a seu encontro:
-Moça, aceita? apesar de achar que deveria parar de beber.
-Obrigada.- e sorriu
Foram embora abraçados. Ele a deixou na porta de casa.
-Tudo bem? Pode subir sozinha?
Ela ria, e ria muito, aquele cavalheirismo lhe era estranho.
-Amor, eu posso muito bem ir sozinha. Desde que te conheço você vem até mim, com esse ar de preocupado achando que eu bebi demais...
-Mas você bebeu demais.
-Achando que eu vou ter perdoar.. até porque eu sempre perdoo..
-Não gosto quando você bebe, seus olhos alegres que refletiam os meus ficam tristes, você fica com um ar triste, e a sua tristeza, não me conforta.
-Pra minha tristeza acabar, amor, basta me fazer sofrer menos.
-Eu prometo. - e a abraçou.. e ela o beijou.
Ela queria acreditar, chorou, só podia contar mesmo com a companhia da solidão e da insensatez de seus sentimentos, porque sim, ela sabia que ele mentia, sabia que mentia, e não fazia questão de mudar.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Sobre um rapaz..

Querido rapaz,

Não é essa a carta que escrevi pra você e da qual sempre falo, essa é mais recente. Eu te gosto tanto rapaz, mesmo, mais até do que sou capaz de aceitar.
Sabe, nós fomos tão felizes, mais do que jamais pensei, você gostava de mim como nenhum outro foi capaz, eu tinha que corresponder, sentimentos sinceros deveria ser recíprocos, e infelizmente não era, não como deveria, como poderia ser.
Olha rapaz, você quer mesmo tentar de novo? Você lá, eu cá, eu com ciúmes, você preocupado.. será que não vamos cansar?
Eu sempre faço isso, imagino finais, eu odeio isso, me odeio por isso.
Agora diz rapaz, no dia em que você acordar e perceber que nunca me amou de verdade e que eu era normal de mais pra você. Vai fazer o que? Se vingar?
Não faça isso rapaz, se você gostar de mim, eu prometo que vou gostar de volta, afinal, é tão simples e fácil me fazer apaixonar

,Sophia


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texto péeessimo!!

domingo, 25 de abril de 2010

Sobre 'sentir só'





De manhã Sophia acordou, cedendo aos gritos da mãe no corredor e do pai no portão falando que era a hora de partir dali durante os dois dias que a faziam mais insana.
Ela não queria ir, nunca queria, sentia sono, fome, e tinha quase certeza que sentia febre, mas provavelmente não sentia, porque nunca ficava doente.
Ela queria ligar o celular na esperança de ver '2 chamadas não atendidas', mas não haviam, só a foto de um casalzinho abraçado.. ela era sozinha.. ele não ligava pra ela, e ela não tinha coragem de ligar pra ele.. incapazes de se amar de verdade.. incapazes de amar de verdade.
Durante todo o romance ele exigiu que ainda fossem amigos, confidentes, ele exigiu que fossem amantes.
E ela, tola apaixonada, sempre concordou.
Mas agora ele não liga, ela não consegue discar. A mãe dando socos na porta, ela pedindo pra esperar.
Mas que merda. estava chorando, era incapaz de aguentar a pressão sem chorar. 'Como você é FRACA Sophia'
Ela abraçou as pernas, tocou os joelhos, e olhou a foto encima da cama, era uma bela moldura, com coraçõezinhos, 'eu te amo' e estrelas.. não havia nada mais piegas pra se colocar em volta da foto de um casal. Eram um casal bonito até, era linda a história da foto, era um momento raro onde ela estava feliz.
Ela era feliz, com ele..
Ela estava procupada, ele nem ligara para dizer 'Boa Noite', ela desesperou, teve a esperança de receber mensagens, ela não sabia dormir sem a sorte que ele lhe transmitia. Tentava parecer forte, mas infelizmente era romântica, e o amava, só ele entendia suas piadas rebuscadas, recurso de meninas inteligentes que não se aceitavam como tal.
Ele adorava seu sadismo, que combinava com seu masoquismo. Eram feitos um pro outro. O casal estranho sentando na praça, ela com seu cabelo com (estranhamente) irregulares mechas vermelhas, e ele num estlio quase inaceitável para a concepção da pequena cidade.
O seu coração batia tão rápido quanto sua quase arrebentava a porta.. e de repente, o telefone toca:
-Alô?
-Oi meu amor, tudo bem?
-Tudo bem, to quase de saída.
-Eu sei, liguei só pra falar que te amo, e que amanhã te busco naquele inferno e fujo com você.
-Promete?
-Prometo, eu te amo
-Eu também

O coração se acalmou, a mente limpou, a alma ficou mais leve, ela ainda a amava enfim, ligou porque sabia o quanto ela detestava fins de semana.
"Ele pensa nela, ela tem saudade"
Partiu..
Pra dois dias em meio a piadinhas sem graça, fofocas incoerente e perguntas sem sentido.
Vendo TV a cabo sonhava que ele ia buscá-la.. ligar.
Apesar de fazer muito tempo que isso não acontecia. Apesar dela achar que acontecia, ainda.
Ele não liga faz 1 ano, não diz 'Boa Noite', nem 'Bom Dia'
E ela continua presa nesse lugar, dizem que 'falando sozinha com o namorado que faleceu'
Mas ela o vê, sente e ouve.
Porque ele sempre dizia: "Eu luto por você,até seu coração parar de bater"



quinta-feira, 15 de abril de 2010

Sobre mudanças..


Outro dia me lembrei de você, do nosso suposto parentesco, de como a gente dizia que se amava, de como costumávamos ser unidos. Do jeito que erámos felizes
Lembrei do nosso primeiro e único beijo que fez meu coração acelerar ao ponto de eu me sentir incapaz de fazê-lo parar de bater tão forte e a respiração ainda ofegante da sensação que era a reciprocidade de um sentimento. Eu ri.
Permanecemos felizes, amigos, mas felizes.. eu ainda com a sensação de estar apaixonada.. e talvez realmente estivesse ou fosse somente a necessidade de gostar de alguém, e eu precisava disso, ainda preciso.
Naquele tempo em que eu era extremamente infantil e pueril, incapaz de compreender o que eu ou você realmente sentíamos, eu te amava, mas do jeito errado.
Ou talvez te amasse do jeito certo e não soubesse que era.. é.. eu nunca soube saber o que sentia realmente.
E depois de você eu descobri que gostava mesmo era de mim, e por ser tão egoísta tentava minimizar isso amando, gostando, mais dos outros..
Agora amigo, diz pra mim, nós crescemos não crescemos?
Já não somos mais tão próximos, gostamos de coisas diferentes.
Nós mudamos, não temos mais a obrigação de sermos íntimos.
Porque no fim, ou melhor, no mundo, tudo se define em mudanças.. eu corria atrás de você, me cansei disso, e passei a correr atrás do amor, de modo incansável, inviável. Você entende, não entende?
Nós mudamos, enquanto eu corria, você permanecia parado, esperando chegar até você.
Nós mudamos, você sabe, eu conheço a maioria das bandas que você me pergunta se eu gosto, ou já ouvi.
Nós somos diferentes.. eu tomei na vida, um caminho onde me envolvi com pessoas, conheci novas pessoas, novos hábitos, novos vícios, novas perspectivas e outras opiniões..
Eu mudei.. eu vivi.. entende? eu saí e voltei tarde.. eu bebi.. eu fumei.. experimentei o que quis
Tive momentos ápices pra tentar ser feliz.
Enquanto você levou sua vida,de um jeito que eu não sei bem qual foi, e mesmo se soubesse, não cabe a mim comentar, e levou de tal modo discreto, que tive até inveja, porque seu nome não estava na boca das pessoas, falando mal, da menina que se tornou rebelde, e eu bem tentei ser rebelde, mas nessa época, me descobri altruístra demais..
Mesmo que você não saiba, ou perceba amigo, eu cresci.
Não sou mais tão infantil quanto você gostar de dizer que eu sou. Mas quem me dera ser ainda.
Eu cresci, mudei, me reinventei, tomei novos rumos, errei os caminhos, pensei demais.
E agora eu sei que somos melhores como amigos do que seríamos como amantes.


domingo, 11 de abril de 2010

Sobre perdas..


Quando eles se conheceram, ela o odiou, de verdade.. era o tipo de garoto que ela abominava.. falava de um jeito que a irritava, gostava de músicas que ela abominava, era de um narcisismo que ela detestava.
Mas de qualquer modo, ele a fazia rir.. era estranho, ela sempre se apaixonava por seus amigos, e não foi diferente dessa vez.
Estava caindo de amores pelo exemplo de garoto que ela não queria ter. Mas teve, e acreditem, ela foi feliz por todo tempo que durou, foi pouco, mas foi bom.
Ela viu que o amava, mas não de um jeito romântico, gostava mesmo dele, e ele dela, eram amigos, amigos mesmo, não desses que se vêem todo dia, nem que juram amizade eterna, eram simplesmente amigos, se gostavam, conversavam e se ajudavam quando podiam..
As vezes tinham ciúmes um do outro.. mas é assim que sustentam as amizades, ciúmes e amor incondicional.
Enfim..
Ficaram um tempo sem se ver, claro que manteram contato, msn e orkut realmente foram úteis.. e por vezes telefonavam um pro outro. Até porque, as vezes ela sentia falta de ouvir ele dizer 'amor', 'paixão', ou qualquer expressão de afeto ao invés de seu nome..
Ela tinha um lugar especial pra ele no coração.. o amigo mais diferente que tinha, diferente d todos, porque a maioria gostava de rock, e ele destoava totalmente disso..
E agora ela via o orkut desabitado, o msn que nunca mais vai ficar online.. ela não conseguiu acreditar, nem como, nem porque, mas todo mundo dizia que ele não ia mais ligar pra ela, nem falar 'oi' no msn, nem nada mais.. que ela ia ter que sobreviver com as lembranças.
Ela sabe, ele escolheu o próprio, ele optou pelo fim..
Mas ela ainda não vê porque, ela o teria ajudado.. sim, teria feito o máximo para que ele fosse forte, e ficado não somente ao lado dela, mas de todo que hoje sentem falta dele.
Apesar dela achar que agora, ele não está exatamente em um 'lugar melhor'.. ela sente falta.. muita falta dele.. do sorriso, de tudo..
Da ultima que conversaram, ele disse: Eu te amo, você sabe ? Se cuida, e fica com Deus.
E ela prefere achar que foi uma despedida.. e tem quase certeza que foi.
Ele se gostavam, mas estritamente de um modo romântico, eram amigo, que se tivessem a oportunidade se beijariam em momentos de tédio.
E agora ela sentia saudades, não precisava chorar, nem falar a todo momento, mas era a primeira grande perda de sua vida, e doía.. mais do que ela imaginou.
Mas ela sabia muito bem, que não era a melhor forma, mas que foi melhor assim.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Sobre fé

Pessoas criaram invenções religiosas
Para dar a suas vidas um lampejo de esperança
E para amenizar o seu medo de morrer
E pessoas criaram intenções religiosas
Apenas para se sentir superior
e ter uma licença para matar
E pessoas criaram ascensões religiosas
Para subjugar os outros e para escravizar
Apenas para enriquecer ainda mais a si mesmos

(Façade Of Reality- Epica)


Concordo plenamente com o Mark Jensen quando ele diz que intenções e invenções religiosas são pretextos e realmente são.. Não desacreditando que Deus exista, mas a Religião foi criada numa tentativa de fazer com que todos tivessem a mesma opinião para que não houvessem revoluções e todos acreditassem em alguém maior que te castigaria se você fizesse algo errado..
Tá.. meu problema é o cristianismo e se fosse ser mais específica o catolicismo, mas odeio o fanatismo religiosoem um aspecto geral.
Começando por partes..
Qual o lance dos 7 pecados? Eu sei que não devem ser levados a sério de um modo literal, envolve muitos valores, mas se Deus nos deu o livre arbítrio porque proibições e uma lista de tudo o que é errado, todos sabemos o que é certo e o que não é, independentemente se é respeitado ou não.
Se todas as proibições divinas foram criadas por Ele, não existe livre arbítrio para fazermos o que quisermos se vamos ser punidos..
Odeio o tipo de gente que fica na porta da igreja chamando os outros pra entrar, isso acontece (e muito) comigo, só porque eu uso lápis de olho e roupa preta não quer dizer que eu siga Satã, e mesmo se seguisse não cabe a ninguém julga, é tudo uma questão de respeito, mas isso é assunto pra outro post. Se eu não estou dentro da Igreja é porque eu não quero, se eu quisesse me tornar uma pessoa que segue dogmas predestinados e não quisesse ter opinião própria, eu já estaria lá dentro. Acontece que eu não gosto de ordens, simplesmente odeio.
Nenhum padre, pastor, nem Deus, pode dizer o que eu devo ou não fazer, o que eu devo ou não pagar, o que eu devo ou não ser. a vida que eu devo u não seguir. Eu não sou assim..
Eu fui criada dentro de uma família onde não existe nenhum apelo religioso, apesar de todos terem uma crença, e rola uma pressão imensa pra que eu tenha uma também, mas eu não acho necessário estar dentro de um templo pra que eu acredite, porque sim, eu acredito em Deus, não esse bondoso, benevolente e onipresente, mas eu acredito em alguma coisa, uma entidade com um poder maior.
Na idade Média a Igreja Católica matou milhares de pessoas e eu te pergunto: Isso é certo?
Foram criadas outras religiões e cultos, e uns se tornaram tão puro fanatismo que são motivo de piada.
Nos dias de hoje, a Universal extorque milhões de reais de seus fiéis pra manter uma emissora de TV, a Igreja católica praticamente patrocina a AIDS e outras Dst's sendo contra o uso de camisinhas, poxa, nem todo mundo quer se casar(hoje em dia, quase ninguém).

A Religião e até mesmo a própria fé se tornaram obsoletos porque a própria integridade divina caiu em desuso, o que é Deus pra quem morre de fome, e pra quem sofre por toda e qualquer coisa? NADA
O que é Deus pra quem tem tudo? NADA
É o que eu digo sabe.. Fé é uma coisa realmente complexa, ou você tem, ou você não tem, se você acredita, seja no que for, parabéns.
Eu não tenho uma fé cega, eu enxergo todas as falhas, todos os defeitos e não acredito na bondade dos anjos.

Eu não sou perfeita ninguém é, e são poucos os fieis que se questionam a respeito de algo.

Não sei como terminar o texto, tenho muito a dizer, mas não tenho palavras e tenho medo de processos legais. Mas é essa a minha opinião.
Eu Mariana Magalhães, não preciso de uma religião pra ter fé, e muita gente, nem precisa de fé, pra continuar vivendo.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Sobre defeitos...

Eu não precisava te odiar.. não mesmo.. mas eu tinha o direito.. durante o tempo que te conheci não me faltaram porquês.

Traições, situações mal-resolvidas, fofocas não esclarecidas... Coisas que você preferiu ignorar.. e eu num desses meus ápices de bondade.. deixei pra lá.

Você me chama de influenciável, o que preferir, mas acredite... é incontável as vezes em que me opus à maioria, minha amigas de verdade, pra te defender, ou pra dizer que não queria estar envolvida em qualquer coisa que parecesse raiva e tivesse seu nome.

Eu decepcionei, e você não sabe o quanto eu ouvi, das pessoas que estimulam a minha vida quando decidi que apesar do pesares, eu ainda seria sua amiga.. E fui, não fui? Te apoiei com ela, quando a maioria era contra, e eu fui contra a maioria, você confunde respeito com alienação.

Eu poderia ter deixado pra lá... eu podia só ter ficado com raiva, quando era eu que sempre estava do seu lado..mesmo que você não soubesse.

Quantas vezes ouvi falarem mal de você e eu dizer: Não.. ele não é assim, comigo ele não é assim, MEU AMIGO! . eu sempre falei.. uns dos melhores amigos que eu já tive na vida..

Todo mundo falando o quanto você não prestava, eu negando e você no fim, me deixou em dúvida.

Eu nunca segui o que os outros diziam... o que acontece é que você pode concordar. Ou não pode?

Acredite você ou não, as pessoas mudam de opinião... Se você convence alguém de algo, você se vangloria por isso enquanto outra é ridicularizada?

Deixa se ser imparcial, meu amigo, unilateral... De ver só o seu lado..

Poxa... Você aqui, sabe... Como todos os meus amigos, com um pedaço da minha alma nas mãos, no final, fez o que me alertaram desde o início, e ainda foi capaz de agir como se fosse eu, a errada.

Mas ao contrário de você, eu admito meus erros, e sou capaz de pedir desculpas, eu não tenho um orgulho mesquinho. Eu não sou santa, nem nenhum exemplo de bom comportamento e bondade.. eu sou assim e pronto.. e você me conheceu assim, conheceu até pior.

Você não joga amizades no lixo por motivos pueris..

Amizade é igual, ou até mais forte que amor, porque resiste à distâncias, bipolaridade, romances errados, atitudes erradas, palavras equivocadas..

Seríamos nós o exemplo da superação, porque apesar de cada mágoa, decepção, ainda restava alguma coisa, amizade.. sabe como é?

Sentimento de capacidade, de confiança, fé mesmo sabe.. fé no outro.. de que se você quiser pular da ponte, alguém vai te impedir, se você quiser se jogar de olhos fechados, alguém vai te apanhar.. Você entendeu... a sensação de poder tudo.

Eu sei que sou uma boa amiga, e seria mais ainda se tivesse suportado seu mau-humor. Mas eu não posso ser o saco de pancadas de todo mundo.

Todos os amigos liberam em mim fúria e agonia... Não gente, eu não sou tão forte, eu sou frágil, ouço todo mundo, mas no final ninguém quer me ouvir...

E sabe... Mesmo que não pareça, eu sou inocente, inocente demais pra ser ríspida de verdade..

Eu ainda não tenho o coração gelado.

Eu acredito nas pessoas..

E sei que é esse o meu verdadeiro defeito.