sábado, 22 de janeiro de 2011

Campo de Caridade..


Eu costumo confiar, acreditar, nas pessoas, nas palavras, nas ações, e em 17 anos de vida eu nunca quis o mal de ninguém. Com tantos amores que desfaleceram em mágoas, mentiras, traições, mas eu nunca soube como era guardar rancor, não por falta de oportunidade, mas porque minha essência sempre foi pura demais, sem maldade, mesmo a minha promiscuidade é coisa pueril de criança mal mimada.
Eu tive muitos relacionamentos, e inúmeras decepções, um amigo que não soube ser amor, um amor que não quis ser amigo, um amor que só soube ser amante, amante que cai tão bem como amigo. Amigos que mais servem como inimigos, mas eu nunca fui muito boa em julgar pessoas, nem muito eficiente em identificar seus punhais, e se o soube, não quis acreditar.
Quisera eu ser um pouco mais esperta, maliciosa, infantil e vingativa.
E eu acreditei, por 1 mês e pouco acreditei, que podia dar certo, e já ia começando a gostar, do rapaz, do momento, e de toda a relação, apesar dos desaparecimentos sem justificativa, e a minha carência injustificada, e motivada, meu amor abandonado, e eu quis que desse certo, e bem ou mal, eu estava feliz, até mais do que esperei.
Deixei de lado meus amores de volúpia e os que não poderiam ser, pra tentar viver uma paixãozinha na qual eu me perdia em meio às gargalhadas, porque pra minha felicidade era ainda mais bonito quando era ele quem me fazia rir, e ria de mim, eu gostava, uma sensação de euforia, eu gostava, mesmo sendo desigual, eu corria pra ele, e ele nunca estava lá, eu chamava, ele ia, caso contrário, não tinha, e eu não sabia porque..
Até que ontem, só ontem, ele disse que não queria mais, não mais, nunca mais, só quem sabe uma amizade, eu chorei, pra variar, eu sempre choro, e mais me doeram as advertências, 'tome cuidado com seus amigos', porque agora eu sei bem que pintaram em mim a imagem de libertina, com uma promiscuidade que eu nunca vivi.
Sou emocional, passional demais, não sei querer, me apaixonar e cultivar de uma só vez, três existências.
Agora me resta a frustração, porque estou aqui, sozinha, com inúmeras flechas nas costas, sem nem mesmo ter forças pra procurar seus pontos de partida.
Mas sei que vieram de perto, bem perto, e dói, as lágrimas pesadas, salgadas, sem ar aqui eu continuo tentando, me cortaram os braços, as pernas, incapacitaram minhas reações, sem dó.
Minha amizade, é um campo de caridade, e cobre tudo, só não cobre falsidade.
E eu terminei assim, cansada, esperando o que não volta, já que nunca esteve, e quede qualquer jeito também não vem.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Continuidade..

Querido G.,

Eu sinto saudades, sinto mesmo, e sei bem que não deveria, e eu repito isso pra mim mesma todos os dias, toda vez que eu sonho com você, que eu penso em você. Eu fico me punindo por ser tão fraca, e sou mesmo não sou?
A gente esteve junto por tão pouco tempo, e em tão pouco tempo eu já te amava, porque querendo ou não, era amor, tinha que ser...
E eu fui tão feliz, e acho que você também, a gente brigava quase sempre, se desentendia quase sempre, mas a gente era feliz, não era?
E vez ou outra, quando o rapaz desses tempos, me esquece, e fico sozinha, pensando, e quase sempre, penso em você.
'Bom dia meu bem'; 'Boa Noite meu amor'; 'Senti sua falta esse final de semana'; 'Eu te amo sabia?'
Você me dizia, tudo isso e um pouco mais, dois meses G., dois meses, pra que cada dia fosse único, e pra que eu quisesse você aqui, sempre.
'Se eu soubesse lhe contar o que eu sonhei ontem à noite'
Éramos nós G., felizes de novo, abraçados, em fotos, mãos dadas, como era antes, você ainda gostava de me chamar de amor, amor.
Mas e agora? Já que não tem mais nada, só recaídas e declarações constantes, eu te amando, ainda, e você dizendo que também, e continua a mesma desconfiança minha de que não é recíproco. Mas ainda assim, sem futuro, sem passado, a gente insiste em alimentar isso não é? pois não deveríamos.
A gente só sofre, e eu faço tanto esforço pra mão te chamar de amor, meu bem, ou qualquer outra coisa que demonstre carinho, que me faça te querer de volta.. como eu quero e não posso.
Eu sonho como não deveria sonhar, sinto uma falta que não deveria sentir, e é tudo só ausência, porque você não vem, não liga, os nossos corações partidos, ainda ligados, não resistem à aproximação dos corpos, e da volúpia que exalam os nossos costumes, eu te amava. E te dei tudo que de mais puro eu tinha, tudo de mais novo e mais sincero, pra você ver como eu gostava da sua companhia.
Mas você, você sempre me deixou confusa, porque por bem, ou por mal, eu nunca te entendi, e ainda não entendo.
Agora você vem, me abraça, e diz que não tá pronto pra relacionamentos sérios.
Nem eu, acho que nunca estivemos, e não foi daquela vez, nem da outra, e arduamente, nós tentamos, nós voltamos, recaímos, e levantamos, mas não houve êxito, ou vitória, só a frustração que não cessa.
E nos deixamos levar, como se não fosse pra ser assim agora, e quem sabe.. realmente não era. E no futuro talvez, quando ainda formos humanos, e ainda restar um pouco de carinho e lembranças, quando ainda sentirmos saudades, quem sabe num é?
Quem sabe se a gente amadurecer, a gente não se entende, e se satisfaz sem obrigações?
A gente pode ser feliz depois..
Num futuro próximo, ou distante, investindo num amor a longo prazo..
Assim vai durar, cada lembrança, cada momento, os bons ao menos, vão durar...