quarta-feira, 31 de março de 2010

Sobre defeitos...

Eu não precisava te odiar.. não mesmo.. mas eu tinha o direito.. durante o tempo que te conheci não me faltaram porquês.

Traições, situações mal-resolvidas, fofocas não esclarecidas... Coisas que você preferiu ignorar.. e eu num desses meus ápices de bondade.. deixei pra lá.

Você me chama de influenciável, o que preferir, mas acredite... é incontável as vezes em que me opus à maioria, minha amigas de verdade, pra te defender, ou pra dizer que não queria estar envolvida em qualquer coisa que parecesse raiva e tivesse seu nome.

Eu decepcionei, e você não sabe o quanto eu ouvi, das pessoas que estimulam a minha vida quando decidi que apesar do pesares, eu ainda seria sua amiga.. E fui, não fui? Te apoiei com ela, quando a maioria era contra, e eu fui contra a maioria, você confunde respeito com alienação.

Eu poderia ter deixado pra lá... eu podia só ter ficado com raiva, quando era eu que sempre estava do seu lado..mesmo que você não soubesse.

Quantas vezes ouvi falarem mal de você e eu dizer: Não.. ele não é assim, comigo ele não é assim, MEU AMIGO! . eu sempre falei.. uns dos melhores amigos que eu já tive na vida..

Todo mundo falando o quanto você não prestava, eu negando e você no fim, me deixou em dúvida.

Eu nunca segui o que os outros diziam... o que acontece é que você pode concordar. Ou não pode?

Acredite você ou não, as pessoas mudam de opinião... Se você convence alguém de algo, você se vangloria por isso enquanto outra é ridicularizada?

Deixa se ser imparcial, meu amigo, unilateral... De ver só o seu lado..

Poxa... Você aqui, sabe... Como todos os meus amigos, com um pedaço da minha alma nas mãos, no final, fez o que me alertaram desde o início, e ainda foi capaz de agir como se fosse eu, a errada.

Mas ao contrário de você, eu admito meus erros, e sou capaz de pedir desculpas, eu não tenho um orgulho mesquinho. Eu não sou santa, nem nenhum exemplo de bom comportamento e bondade.. eu sou assim e pronto.. e você me conheceu assim, conheceu até pior.

Você não joga amizades no lixo por motivos pueris..

Amizade é igual, ou até mais forte que amor, porque resiste à distâncias, bipolaridade, romances errados, atitudes erradas, palavras equivocadas..

Seríamos nós o exemplo da superação, porque apesar de cada mágoa, decepção, ainda restava alguma coisa, amizade.. sabe como é?

Sentimento de capacidade, de confiança, fé mesmo sabe.. fé no outro.. de que se você quiser pular da ponte, alguém vai te impedir, se você quiser se jogar de olhos fechados, alguém vai te apanhar.. Você entendeu... a sensação de poder tudo.

Eu sei que sou uma boa amiga, e seria mais ainda se tivesse suportado seu mau-humor. Mas eu não posso ser o saco de pancadas de todo mundo.

Todos os amigos liberam em mim fúria e agonia... Não gente, eu não sou tão forte, eu sou frágil, ouço todo mundo, mas no final ninguém quer me ouvir...

E sabe... Mesmo que não pareça, eu sou inocente, inocente demais pra ser ríspida de verdade..

Eu ainda não tenho o coração gelado.

Eu acredito nas pessoas..

E sei que é esse o meu verdadeiro defeito.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Sobre ritmo e melodias


A dança que conduzia os fatos tornava tudo mais claro, menos insano.
Eu ia perdendo o ritmo, misturando os passos, não sabia ser feliz sozinha.
Permaneci apática diante à letargia que me parecia atraente, era agradável, era melhor assim.
Não controlava meu corpo infrene em contato com a música.
Passando por tangos, boleros, estava agora meio perdido em meio ou rock'n roll, que me mandava gritar, pular, ser eu mesma, cuidar de mim.
E eu.. eu não sabia ser feliz sozinha.
E agora?! Sem olhares ansiosos, corações congelados, sentimentos partidos.
Eu não sabia dançar sozinha, eu queria, mas era incapaz.
Sozinha na multidão, com a guitarra acostumando os ouvidos e a bateria acelerando o coração. Vi que não podia dançar solitária, porque não deveria, meu destino não era ser bailarina, era ser feliz (ou quase isso).
Então a calmaria trágica das melodia que exigiam pares desafiou: 'Você não quis ser infeliz comigo..vai conseguir ser feliz sem mim?'
Sem nada o que falar segui o som dos metais.
Cada barulho me confortava, toda voz era acalento.
Era espontâneo, rebelde e sem clichês.
De qualquer jeito eu me divertia, sozinha, era estranho, mas era bom, e eu cantava "These days - are fast, nothing last in this graceless age"*


*These Days-Bon Jovi

sábado, 20 de março de 2010

Sobre despedidas..


-Veio dizer adeus?
-Não sei dizer adeus, não pra você.
-Eu não aguento mais você dizendo que é incapaz de me deixar. Te arranquei do peito, te lancei às lembranças e sem querer, te eternizei na memória. e as vezes dói, como se eu arranhasse a ferida toda vez que ela está se curando, e talvez seja mesmo isso.
-Sophia, sei o quanto é estranho dizer, mas eu tenho chorado, olhando fotos, cartas, nós erámos tão felizes. Outro dia lembrei da vez em que você fez um coração com nossas inicias no vidro sujo de um carro. Foi a nossa maior prova de amor.
-Ahm.. você prefere lembrar de momentos quase insignificantes, tentando fazê-los parecer eternos, a banalidade tentando encobrir a mágoa é muito mais bonito do que mil promessas não cumpridas.
-Eu tenho saudade..
-Não se tem saudade de algo que teve. E se tratando de nós dois, eu tinha o meu amor, roubei o seu amor, e te deixei com a dúvida.. e me dilacerei em culpa.. Sente mesmo falta?
-Sophia, eu me esforcei tanto pra te fazer feliz.. Você não era feliz? Poxa.. eu te amava.
-Meu bem, você em deu o que era essencial para que eu fosse feliz, desde flores e bombons à simples gestos de afeto. Oaristos.. Estava quase plena.. Mas sou taciturna, e a tristeza é o que me conforta e onde me acomodo, em dias de sol..
-Ou noites de chuva.
-Você lembra..
-Sophia.. você não precisa da tristeza.. você tem a mim, pra te abraçar sempre que você se sentir sozinha.. Eu te amo.. não precisamos dizer adeus..

quinta-feira, 18 de março de 2010

Sobre as cartas


Desacreditei do amor, declarações são menos do que nada, flores são só vegetais que atraem abelhas.
Se é platônico, não é amor, é paixão, dissabor, dói, não é amor, é comum.
Cansei de sentimentos unilaterais.. amar sozinho requer esforço, machuca mais.
Me apaixono fácil e me proponho a monotonia dos relacionamentos ainda mais depressa. esqueço de amar, e deixo pra lá.
Encher o coração de sentimentos de afeto e esvaziar, de repente, deixando-o desesperado, encolhido em meio a tanto espaço.
A ausência dói mais, por mais nociva que a presença seja.
Só resta vazio e dor.
Agonizando a perda de algo que nunca foi meu.Desacreditei do amor. Chegando por fim ao destino das emoções abandonadas.
Cartas jamais enviadas, escritas e guardadas sem destino.
Dizendo o que deveria ter sido e não foi.
Lamentando a ausência do amor que me escorregou entre os dedos.
Palavras raivosas, apaixonadas,arrependidas e solitárias.
Querendo mostrar que sinto saudade, ou repulsão.
Palavras soltas, dentro dos envelopes, sem sentido nenhum pra quem não faz parte da história, mas que doem fundo no peito dos envolvidos..
Que por covardia de um dos lados, em algum momento têm o destino triste de ondularem em meio ás brasas em recipientes de porcelana..