quarta-feira, 27 de janeiro de 2010


Promessas forçadas feitas na alma de uma criança confusa.
Grandes ilusões que emergiam na mente da garotinha abandonaada e esquecida
Sozinha na multidão
Com o coração acorrentado aos pensamentos de quem ela ainda sente muita falta
As luzes caem, ela desrespeita as regras que deveriam durar pra sempre
O amor era a única dor que havia ali..
A emoção secreta de sua mente no silêncio da escuridão, ela o encontra novamente
Eram mais do que crianças orfãs, eram amantes..
Tinham cada segundo como se não fosse eterno
Um amor que havia nascido na solidão
Nasciam dois cadáveres abraçados e duas almas livres
Teriam, mesmo que em morte, o romance que lhes fora negado em vida

sábado, 9 de janeiro de 2010

Exista!


Hoje quando acordei, a primeira voz que eu ouvi foi a do meu pai, meu pai tão ausente, que nunca me liga, me ligando pra dizer que viria me ver.
Isso me fez pensar na importância das vozes pra mim, tem aquelas que só eu ouço, e converso, e eu as amo, de verdade, são confortantes, eu não me sinto sozinha nem nos mais fortes momentos de solidão.
Eu só fico escutando, conversando, ou ignorando o silêncio e ouvindo o som da minha própria voz, me olhando no espelho, querendo uma imagem pra encarar, e eu tinha, uma garotinha frágil e insone.. sempre lá..

Mas hoje, hoje foi diferente, a voz do meu pai em acordou pra realidade, eu não era mais criança, eu cresci, tenho corpo de mulher, voz de mulher, vida de mulher e eu tenho só 16 anos.
Eu acordei, eu percebi que não sou tão boa e que eu me apaixono só pra não ter que ser ainda mais semelhante à minha amiga que se mostra sempre tão fria.

Eu sou promíscua e por vezes fútil e hipócrita, eu sou assim, por mais que eu não queira..
Agora eu só queria pedir uma coisinha pra ele, aquele que vai me tirar dessa vida infeliz e me fazer mais sensata, que vai jogar na minha cara meus erros e dizer que ama.. eu quero pedir pra ele, uma coisa simples:

Por favor meu amor, exista, exista e me escolha pra ser sua garota, porque eu não sou nada quando estou sozinha, e eu ainda sou muito pouco enquanto você não aparecer pra me ensinar a ser mais. Mesmo que você não chegue num cavalo branco, ou num volvo prateado, pra mim, basta que você exista e me ame..

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

De repente, não mais que de repente

Eles eram um casal feliz.. não um casal exatamente.. mas eram felizes..
Ela acordava com um som da mensagem que dizia 'Eu te amo' e ele dormiu ao som da que dizia ' Eu também'.
Tinham afinidades, inúmeras coisas em comum, tinham amigos em comum, uma vida em comum, o relacionamento em comum, eles eram em suas mentes tudo aquilo que deveriam ser.
Ela tinha a mente presa à ele, ele a dele presa a ela, eles se amava, sim, era amor, não daqueles de tirar o folêgo, mas era amor..

Quando juntos tinham uma ligação quase que inebriante, suas palavras soavam como poesias, cada adeus era uma dor que se estendia até o momento de um encontro que poderia não acontecer, e acontecia, viviam na incerteza do dia seguinte, e sim, eles eram felizes.
Ela era jovem, muito jovem, ele também, tinham que ter muita vida ainda pela frente, tinham que ter muito amor pra viver, momentos a validar, beijos a dar, brigas a criar, reconciliações e quem sabe um fim.
Sim, eles tinham tempo, tinham que ter.
Mesmo que não fosse pra sempre, tinha que ser bom, muito bom, tinha que ser memorável, era um amor infantil, pueril, baseado em mãos dadas e olhares apaixonados..

Estavam juntos, tudo levava a um ultimo suspiro.. e foi o que houve.. e ela partiu..
Eles se conheceram quando ela tinha 15 anos, e ele sempre soube que ela partiria um dia..

I Miss Everything..


Eu sempre tive medo de sentir saudades, de sentir saudades...
Eu tinha receio de perder ou ter que abandonar e o estágio seguinte era a saudade, lembrar dos momentos felizes, e perceber que quer mais, mais uma dose dessa alegria arfante.
Sentindo falta da tarde com as amigas, das noites, das bebidas. Das brigas com a irmã, de um abraço de mãe.
A minha saudade vem do medo de esquecer, e ser esquecida. Existe porque se tem medo de perder e perceber que só tinha por capricho.. ou então que era essencial e que não há como ter de volta.
Quero de volta meus momentos, do que eu sou nesses momentos, e como esses momentos são felizes..
Quero tudo de volta.. ou melhor.. quero tudo preso e colado a mim, não quero perder meus amigos, meus gritos, insultos e afins..
Quero permanecer chorando por ter demais, não quero ter que sentir a falta, quero a onipresença. Eu quero sede de carinho e vida.
Eu não quero sentir saudades, saudade cansa.. e eu esqueço..
Mas.. eu não quero esquecer..