terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Lolita.

Ela tinha medo de gostar dele, de um jeito que não tinha como evitar, já que se envolvia fácil e leve nessas relações efêmeras e sem futuro, e essa mais que qualquer uma, não tinha.
Ele era mais velho, mais forte, mais experiente e com certeza mais a fim. Acho que gostava nela dessas ar de perversão travestida de inocência. Criança se fazendo mulher. Era essa atração, ela via alguém mais velho, mais vivido e que pra melhorar ainda a carregava numa moto que representava toda a revolta que ela não vive.
E passaram pela euforia do primeiro beijo, escondido, abafado, inesperado e a ânsia de um segundo, ansioso, aguardado.
E ela pensou nisso o o dia todo, toda hora, porque era sim, a parte frágil da história. E ele, pensou uma ou duas vezes nela, no jeito dela, e na indiferença que ela fingia. Porque ele era sim, mais promíscuo que ela, sendo a parte aproveitadora da história, se é que ali havia alguma.
Era mais como uma sensualidade dela, uma provocação reprimida. Um desejo insaciável.
Uma paixão que tem que ficar escondida ainda além dos 13 anos que os tornavam tão distantes.
Me lembravam um livro. Ele mais velho, ela tão jovem, ela um pouco mais esperta, e ele quase trôpego de submissão querendo transparecer controle.
Era revigorante o modo como ela o fazia sentir, me lembravam Rússia, Humbert, segredos, alucinações.

Lolita.