terça-feira, 13 de outubro de 2009

Horas Extremas


Tudo permancia calmo e tranquilo, o silêncio era apenas uma consequência da agonia. Eu adormecia aos poucos, ainda restava esperança por trás daqueles vitrais coloridas.
Naquela altura dos acontecimentos, risos já não eram mais confortáveis, alegrias agudas causavam desconsolo. Lembranças, eram tudo o que restava, entre todos as lágrimas que o orgulho estancou na fonte em explosões de cólera. Minha vida fora mais efêmera do que julgava ter sido intensa. Como o mais breve interlúdio de Mozart.
Espelhos deformantes e límpidos refletiam olhos insones a procura de luz. Diante deles, via-me em meu leito de morte, tão pura quanto um punhal de sacrifício.
Sinto falta de quando meus gestos eram tão ritmados quanto em um balé, desvanecia enquanto pensava nos romances tortos, que passei a vida, tentando endireitar, em vão.
Por fim, senti um súbito frêmito de desistência.
Então.. a morte era assim, anoitecia aos poucos, e eu nem percebi que era o fim..

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