
Não posso desviar os pensamentos dos olhos castanhos. que em suas pupilas desenhavam montanhas, sem desviar as atenções..
Cansara de se esconder em cantos escuros para chorar em paz. Ela tinha uma imagem meiga, frágil, pueril, até amável.
Paixões são mais perigosas do que andar na ponta dos pés? Segredos são tão bem guardados quanto corações puros?
Ela sangra apenas para anestesiar a dor. Girando, girando, girando, sem lembranças ruim, como se até o momento sua vida havera sido, uma sucessão de momentos perdidos.
Pisando em cacos do 3º espelho que acabara de quebrar, 21 anos de azar. Pequenos cortes não aliviam sensações, nada mais está intacto.
Tudo tocado pela ira das superstições.Insensata.
Ela era apenas mais uma garota atordoada com futilidades adolescente, apesar de odiar essa teoria.
Inúmeros pares de olhos a julgavam, verdes, azuis, acinzentados, negros, mas os olhos castanhos, que em suas pupilas desenhavam montanhas, eram tão onipresentes..
Fones de ouvido criavam a trilha sonora da vida que outrora sonhara com finais plenos e felizes.
É, e ela brincava com o aquilo que decretava seus 28 anos de azar.
1 a menos, 7 a mais, que diferença faz?
Andando sozinha, querendo dormir até morrer, mas não antes de entender o significado das palavras ditas pelo dono dos olhos castanhos, intensos, rasos que expressavam um mistério, no mínino, encantador.