quarta-feira, 9 de março de 2011

Have you ever see the rain?


Tem chovido, e muito por aqui, no meu carnaval que não houve folia, na minha quaresma que há carne e no meu coração que não há mais nada além de rancor.
Chove meu bem, chove a cada segundo que respiro sem sua companhia, faz assim, acorda meu bem, vem me trazer algo tipo um guarda-chuva, um tipo de capa pra nos manter seguros.
Ou então vem só você, pra esquentar minha pele nesses dias frios, esquentar minha alma, meus olhos, porque a janela só mostra os pingos no vidro, a saudade que bate aqui dentro de mim, sejamos mais francos, eu ainda quero e preciso de você aqui. E a chuva, será que passa?
Será que passam esses meus dias tão sozinha, ouvindo bossa nova, samba, los hermanos e afins?
Será que a chuva não vai bater de novo na porta mesmo se eu resistir a essa depressão que me impregna.
Hein, que dia eu vou acordar mais leve, mais sã, mais consciente pra ser quem eu sou, sem chorar, sem sofrer, sem meus amores e martírios, sem meus amigos e deslizes, sem meus vícios e meus porres, acordar aqui, triste, amarga e sem você?
Pois dia desses eu quis parar pra ver a chuva, ouvir a chuva, ouvir as lágrimas, os pingos, o vento, a brisa fria.
E sabe.. dia desses, eu quis ser um pouco mais feliz, e quis evitar as tempestades, e quis não precisar de você, ou ninguém mais pra me fazer viva.
E então, ah amor, choveu tanto, e tão forte, que eu já nem mais tinha forças pra não olhar, nem pra secar mais nada.
Mas então, como se por mágica, ou o que fosse, eu fiquei só, só e bem, só tinha o cheiro de terra, chão, folhas e corações molhados depois da chuva, eu te amava, me amava, mas não era dependente mais, tinha largado os hábitos e delírios.
Ah, amor, enfim, houve atrás das montanhas um arco íris, e entre nós dois, houve sol.

2 comentários:

  1. É o chuvinha FDP, fudeu com o meu carna, huahuahauhauhaua
    Falando sério, muito bom o seu texto, vc escreve muito bem.
    O blog ta muito bom, parabéns!
    BjOo

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