
Eu costumo confiar, acreditar, nas pessoas, nas palavras, nas ações, e em 17 anos de vida eu nunca quis o mal de ninguém. Com tantos amores que desfaleceram em mágoas, mentiras, traições, mas eu nunca soube como era guardar rancor, não por falta de oportunidade, mas porque minha essência sempre foi pura demais, sem maldade, mesmo a minha promiscuidade é coisa pueril de criança mal mimada.
Eu tive muitos relacionamentos, e inúmeras decepções, um amigo que não soube ser amor, um amor que não quis ser amigo, um amor que só soube ser amante, amante que cai tão bem como amigo. Amigos que mais servem como inimigos, mas eu nunca fui muito boa em julgar pessoas, nem muito eficiente em identificar seus punhais, e se o soube, não quis acreditar.
Quisera eu ser um pouco mais esperta, maliciosa, infantil e vingativa.
E eu acreditei, por 1 mês e pouco acreditei, que podia dar certo, e já ia começando a gostar, do rapaz, do momento, e de toda a relação, apesar dos desaparecimentos sem justificativa, e a minha carência injustificada, e motivada, meu amor abandonado, e eu quis que desse certo, e bem ou mal, eu estava feliz, até mais do que esperei.
Deixei de lado meus amores de volúpia e os que não poderiam ser, pra tentar viver uma paixãozinha na qual eu me perdia em meio às gargalhadas, porque pra minha felicidade era ainda mais bonito quando era ele quem me fazia rir, e ria de mim, eu gostava, uma sensação de euforia, eu gostava, mesmo sendo desigual, eu corria pra ele, e ele nunca estava lá, eu chamava, ele ia, caso contrário, não tinha, e eu não sabia porque..
Até que ontem, só ontem, ele disse que não queria mais, não mais, nunca mais, só quem sabe uma amizade, eu chorei, pra variar, eu sempre choro, e mais me doeram as advertências, 'tome cuidado com seus amigos', porque agora eu sei bem que pintaram em mim a imagem de libertina, com uma promiscuidade que eu nunca vivi.
Sou emocional, passional demais, não sei querer, me apaixonar e cultivar de uma só vez, três existências.
Agora me resta a frustração, porque estou aqui, sozinha, com inúmeras flechas nas costas, sem nem mesmo ter forças pra procurar seus pontos de partida.
Mas sei que vieram de perto, bem perto, e dói, as lágrimas pesadas, salgadas, sem ar aqui eu continuo tentando, me cortaram os braços, as pernas, incapacitaram minhas reações, sem dó.
Minha amizade, é um campo de caridade, e cobre tudo, só não cobre falsidade.
E eu terminei assim, cansada, esperando o que não volta, já que nunca esteve, e quede qualquer jeito também não vem.