quarta-feira, 24 de março de 2010

Sobre ritmo e melodias


A dança que conduzia os fatos tornava tudo mais claro, menos insano.
Eu ia perdendo o ritmo, misturando os passos, não sabia ser feliz sozinha.
Permaneci apática diante à letargia que me parecia atraente, era agradável, era melhor assim.
Não controlava meu corpo infrene em contato com a música.
Passando por tangos, boleros, estava agora meio perdido em meio ou rock'n roll, que me mandava gritar, pular, ser eu mesma, cuidar de mim.
E eu.. eu não sabia ser feliz sozinha.
E agora?! Sem olhares ansiosos, corações congelados, sentimentos partidos.
Eu não sabia dançar sozinha, eu queria, mas era incapaz.
Sozinha na multidão, com a guitarra acostumando os ouvidos e a bateria acelerando o coração. Vi que não podia dançar solitária, porque não deveria, meu destino não era ser bailarina, era ser feliz (ou quase isso).
Então a calmaria trágica das melodia que exigiam pares desafiou: 'Você não quis ser infeliz comigo..vai conseguir ser feliz sem mim?'
Sem nada o que falar segui o som dos metais.
Cada barulho me confortava, toda voz era acalento.
Era espontâneo, rebelde e sem clichês.
De qualquer jeito eu me divertia, sozinha, era estranho, mas era bom, e eu cantava "These days - are fast, nothing last in this graceless age"*


*These Days-Bon Jovi

2 comentários:

  1. A música tem esse poder desafiador que eu adoro, mexe com o corpo, com os desejos, às vezes é bom se render a ela!

    Bjxxx

    ResponderExcluir